Braulio Tavares

Contos divertidos e leves, com destaque especial aos dois que tornam a escrita um fenômeno de massas futurístico ligado à prática do improviso, em novelas que se desdobram arcaicamente em palavras que é preciso ler, mas se articulam já como narrativas pós-modernas, de base de dados de personagens e situações, de cordel-elementos (o que seria o equivalente aos moe-elementos, na teoria do Hiroki Azuma). Aliás, em outra história ainda há algo de cordel, talvez o gênero que aproxima Tavares da fantasia mais influente, de cavaleiros e combate ao mal. Ademais, as experimentações formais são interessantes, a conjunção de elementos díspares, como explicado nas pequeninas notas sobre os contos no final da edição. Por fim, juntando a ideia de uma escritura prodigiosa com uma experimentação formal que lembra o Perec de A Coleção Particular, o conto que mais gosto é Exame da obra de Giuseppe Sanz, que recomendo muito (****).… (mehr)