Depois do primeiro manifesto, introdução ao ser e evento, motivada contra a filosofia contemporânea francesa e sua percepção equivocada de um fim da filosofia, após catástrofe (2GM), 20 anos depois, temos essa introdução, mais focada na fenomenologia do Lógica dos Mundos, do que na ontologia anterior, que agora tem por inimigo o pensamento medíocre e dominante do democrata-neoliberal e seu lado dissolvedor, de gerenciamento hipócrita, reacionário, mesmo que não obscurantista. Assim, temos um tanto de filosofia simplificada, convidando a leituras futuras, junto a uma crítica do estado da inteligência filosófica dos anos 2000. Um platonicismo também comparece, na figura da ideia do bem - a verdade, a qual, manifestando-se em um evento, arrasta corpos num processo de subjetivação. Eles respondem a esse acontecimento fulcral, se fidelizando a este ou então, acolhendo mas se opondo à mudança (sendo reacionário), ou contrariando e inventando pseudo-soluções que buscam barrar o novo (no obscurantismo). Badiou fornece exemplos (práticas políticas revolucionárias, o amor etc), o melhor sendo a trajetória de Cantor para a formalização do infinito matemático. É legal, mas não me empolga. E resta, fora do aspecto técnico que outros de seus livros devem ter, a dúvida se a junção entre a criatividade/pensamento com a ideia da verdade universal-eterna, não é apenas um programa (desejável) mas que não se diferencia o suficiente (de algum tipo de vitalismo ou variante, por exemplo). ( )

Hace veinte años, mi primer Manifiesto por la filosofía se alzaba contra el anuncio, por todas partes propagado, del "fin" de la filosofía. Yo proponía sustituir esa problemática del fin por la consigna "un paso más". La situación ha cambiado mucho. En aquella época, la filosofía estaba amenazada en su existencia; hoy en día, se podría decir que también está amenazada, pero por una razón inversa: está dotada de una existencia artificial excesiva. ( )