RAMALHO ORTIGÃO (1836–1915)
Autor von As farpas
Über den Autor
Bildnachweis: Ramalho Ortigão, 1881 By Photographia Contemporanea - O Contemporaneo, Lisboa 1881 (via Irmandade da Lapa), Public Domain, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=88462592
Werke von RAMALHO ORTIGÃO
A Holanda 9 Exemplare
As Farpas I 6 Exemplare
As Farpas - O Paiz e a Sociedade Portuguesa Tomo 8 - Os nossos Filhos - Instrução Publica 4 Exemplare
AS FARPAS XII 3 Exemplare
AS FARPAS V 3 Exemplare
AS FARPAS VI 3 Exemplare
AS FARPAS XIV 3 Exemplare
AS FARPAS XIII 3 Exemplare
AS FARPAS X 3 Exemplare
Últimas farpas 3 Exemplare
AS FARPAS VII 3 Exemplare
Banhos de Caldas e Águas Minerais 2 Exemplare
As Farpas - XV 2 Exemplare
Rei D. Carlos o martirizado 2 Exemplare
O mar 2 Exemplare
Carta a Sir John Bull 1 Exemplar
Em Espanha 1 Exemplar
Trechos escolhidos 1 Exemplar
Ramalho Ortigô 1 Exemplar
Ramalho Ortigão. Costumes e perfis 1 Exemplar
Farpas esquecidas. Vol.2 1 Exemplar
Figuras e questões literárias 1 Exemplar
Farpas esquecidas. Vol.1 1 Exemplar
Ultimas farpas 1 Exemplar
A HOLANDA 1 1 Exemplar
QUATRO GRANDES FIGURAS LITERÁRIAS 1 Exemplar
EM PARIS 1 Exemplar
Farpas Esquecidas - Volume I 1 Exemplar
A fábrica das Caldas da Rainha 1 Exemplar
A HOLANDA 2 1 Exemplar
Arte portuguesa 1 Exemplar
A Great Attraction 1 Exemplar
Cascais em Ramalho Ortigão 1 Exemplar
ARTE PORTUGUESA II 1 Exemplar
ARTE PORTUGUESA I 1 Exemplar
CORREIO DE HOJE II 1 Exemplar
CORREIO DE HOJE I 1 Exemplar
O culto da arte em Portugal 1 Exemplar
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Wissenswertes
- Gebräuchlichste Namensform
- Ortigão, Ramalho
- Rechtmäßiger Name
- Ortigão, José Duarte Ramalho
- Geburtstag
- 1836-10-24
- Todestag
- 1915-09-27
- Geschlecht
- male
- Nationalität
- Portugal
- Wohnorte
- Porto, Portugal
Coimbra, Portugal
Lisbon, Portugal - Ausbildung
- Universidade de Coimbra, Portugal
- Berufe
- journalist
translator
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Tão longe quanto me lembro de ler livros e de por livros me interessar, que delas conhecia a fama e por elas a fama do autor. Mas não obstante o que delas sabia, verdade é que os muitos azares da minha vida literária não mas colocaram antes no caminho. Hoje, lidas, sei-as totalmente merecedoras de tudo quanto de bom delas havia ouvido.
Não foram precisas muitas páginas para logo me saber rendido à ao talento de Ramalho Ortigão. Abrindo com uma crónica em que nos descreve a região entre o Minho e o Douro, o mister de Ortigão imediatamente se torna evidente. É grande o cuidado e a paixão que emprega em descrever as bucólicas paisagens e gentes desta zona, o como aí se vive, as suas características, comportamentos, idiossincrasias, num retrato tão pleno de candura quanto de idealizado. E as farpas? É que aqui e além, a espaços, enlevados que vamos pela descrição desse paraíso à portuguesa, e à distância certa, lá aparecem elas, tão certeiras quanto dolorosas — as famosas farpas!
Atento a cada detalhe, às subtilezas de uma sociedade repleta de contradições, por onde quer que passe, por onde nos leva a passear pela sua pena, nada escapa ao olhar crítico de Ortigão. As farpas, sempre distribuídas com parcimônia e muita justiça, vão dando a cada um dos quadros incluídos nesta obra um bom tónico para que nunca com eles nos enfademos.
Hoje, à distância do tempo e do tanto quanto Portugal entretanto mudou, As Farpas são, acima de tudo, o porta-retratos de uma época que por longe que esteja ainda de perto nos toca. Se, por um lado, tão diferentes se faziam as coisas, por outro havia já uma noção de pertencimento a uma comunidade global. No Portugal de Ortigão, o resto do mundo está sempre próximo e a globalização inevitável. E nós, graças ao olho privilegiado que nos dá a história, podemos pela mão de Ortigão viajar pelos anseios e preocupações desse tempo, percebendo quando dele se perdeu e quanto se manteve no nosso.
Por tudo isto, e por um universo de outras razões que não pude ou soube expressar, As Farpas devem constar dessa proverbial lista de livros a se ler antes da vida terminar. Para os indecisos, o meu conselho final é este: não façam como eu. É que há livros que seguramente devemos adiar. Este talvez não.… (mehr)